Monday, February 16, 2009

25

Voltei à escrita como medicamento já que nenhuma outra distracção me tem ocupado a cabeça. Passaram já 6 meses desde um golpe duro e mesmo assim ainda não me levantei da queda. Foi duro porque me apanhou de surpresa e deitou todos os meus sonhos por terra.

Grito desesperada mas no meio do turbilhão que é o nosso dia-a-dia a voz fica abafada e o meu pedido não se ouve. Anseio desesperadamente por ouvir os sonhos que outrora criavam melodias únicas nos quadros que pintava. Busco desesperadamente as cores que pertenceram, nem que por breves instantes, ao meu mundo.

Busco sem (me) encontrar. Mentira. Eu não procuro porque também não sei como procurar. Fico parada, a olhar para o passar dos dias, e o tempo voa para longe sem deixar nenhuma marca distinta. No meio disto tudo passo os dias a sonhar... será assim tão mau?

Há palavras que foram ditas e que não deviam ter sido pronunciadas, nem pensadas. Houve olhares que se cruzaram e que nunca se deviam ter encontrado, músicas cantadas que deviam ter permanecido no silêncio.
Muita coisa devia ter sido feita e outras que tinham que ser evitadas, mas quem é que pode fazer com que os dias/meses/anos voltem para trás?

Só tenho um desejo....que o piano toque novamente, e que me chamem ao palco... e que acima de tudo eu tenha coragem para ir desta vez.