Tuesday, January 31, 2006

Sonho vs. Realidade

Sonhar : desprender os pés do solo e voar com as asas q nos foram dadas no acto do nascimento.

Na saida do utero materno foi nos dado esse dom , o dom de sonhar .Ver algo mais alem , ver linhas tortas onde só há linhas rectas , ver circulos por onde se vislumbram apenas rectangulos.

Este é o sonhador .
É ser sensivel ao ponto de se mover à visão de algo q nao é perceptivel ao mais comum dos mortais .Nao que estes nao tenham os seus dons e os seus encantos.Têm-nos com toda a certeza , mas falta-lhes a sensibilidade , a capacidade de saber observar e apreciar tudo e nada.

E a realidade , perguntam alguns ?Também não é bela ? Não é a ela q nós temos de enfrentar todos os dias depois de um longo esperguiçar nos lençois ainda quentes e convidativos ?

Sim , é bela .Mas é uma beleza que nao criamos .Uma beleza que nos é apresentada todos os dias e à qual nao podemos moldar ao nosso gosto .

Esta é a diferença entre a realidade e o sonho:o acto de a poder ou nao moldar.

A realidade é bela : observem as pequenas gotas de orvalho matinal nas pequenas folhas de meras ervas daninhas sob os primeiros raios de sol matinais , observem os flocos de neve* a cairem no nosso rosto , não é tudo isto belo ? e no entanto bem real ?

Aqui vos deixo mais uma musica que me faz sonhar.

Radiohead-Sail to the moon


I sucked the moon
I spoke too soon
And how much did it cost?
I was dropped from
Moonbeams
And sailed on shooting stars
Maybe you'll
Be president
But know right from wrong
Or in the flood
You'll build an Ark
And sail us to the moon
Sail us to the moonSail us to the moon
Sail us to the moon

*- sim ontem nevou em Lisboa ... e nao foi simplesment soberbo ?

1 Comments:

Blogger Éclairer said...

Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho
É uma constante da vida
Tão concreta e definida
Como outra coisa qualquer

Como esta pedra cinzenta
Em que me sento e descanso
Como este ribeiro manso
Em serenos sobressaltos

Como estes pinheiros altos
Que em verde e oiro se agitam
Como estas árvores que gritam
Em bebedeiras de azul

Eles não sabem que sonho
É vinho, é espuma, é fermento
Bichinho alacre e sedento
De focinho pontiagudo
Que fusa através de tudo
No perpétuo movimento


Eles não sabem que o sonho
É tela é cor é pincel
Base, fuste ou capitel
Arco em ogiva, vitral

Pináculo de catedral
Contraponto, sinfonia
Máscara grega, magia
Que é retorta de alquimista

Mapa do mundo distante
Rosa dos Ventos Infante
Caravela quinhentista
Que é cabo da Boa-Esperança

Ouro, canela, marfim
Florete de espadachim
Bastidor, passo de dança
Columbina e Arlequim

Passarola voadora
Pára-raios, locomotiva
Barco de proa festiva
Alto-forno, geradora

Cisão do átomo, radar
Ultra-som, televisão
Desembarque em foguetão
Na superfície lunar

Eles não sabem nem sonham
Que o sonho comanda a vida
E que sempre que o homem sonha
O mundo pula e avança
Como bola colorida
Entre as mãos duma criança

Carlos do Carmo

3:10 AM  

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