Saturday, April 25, 2009

turbilhão

É nestes dias de chuva que o turbilh\ao desperta. Vem assim de manzinho como quem não pede muito mas exige tudo. Quebra as rotinas e apaga memórias. Desfaz momentos em meros cacos e varre-os sem ter pena alguma
Um turbilhão que entra com força e teima não te abandonar. Teima em ficar, agarrado ao teu corpo, onde outros tocaram e estiveram. Estiveram mas com a tua permissão com o teu desejo e vontade. O turbilhão não. Ele abraça-te prende-te ao aqui e agora do qual só queres fugir. Prende-te ao chão para que não te possas erguer.
Por mais que te tentes levantar e ver o que se passa à tua volta, o turbilhão insiste em borrar todos os quadros que dançam a teu lado. A música, essa não a ouves...fuge de ti e teima em não te dar uma única nota. Ela já não é tua.
Foge e escapa do turbilhão meu amigo, porque o meu ainda cá está...

escrito ao som de Maria Rita - Sem aviso

Uma questão de passados

Nem tudo o que parece bem está de facto bem.
Dou por mim a pensar se vale a pena ou não aproximarmo-nos demais das pessoas. Saimos sempre lesados. Há sempre qualquer coisa que corre mal, sempre qualquer detalhe que não cai bem e pergunto-me - tanto esforço para quê? Odeio a sensação de que alguém que me era querido é de facto passado.

Monday, February 16, 2009

25

Voltei à escrita como medicamento já que nenhuma outra distracção me tem ocupado a cabeça. Passaram já 6 meses desde um golpe duro e mesmo assim ainda não me levantei da queda. Foi duro porque me apanhou de surpresa e deitou todos os meus sonhos por terra.

Grito desesperada mas no meio do turbilhão que é o nosso dia-a-dia a voz fica abafada e o meu pedido não se ouve. Anseio desesperadamente por ouvir os sonhos que outrora criavam melodias únicas nos quadros que pintava. Busco desesperadamente as cores que pertenceram, nem que por breves instantes, ao meu mundo.

Busco sem (me) encontrar. Mentira. Eu não procuro porque também não sei como procurar. Fico parada, a olhar para o passar dos dias, e o tempo voa para longe sem deixar nenhuma marca distinta. No meio disto tudo passo os dias a sonhar... será assim tão mau?

Há palavras que foram ditas e que não deviam ter sido pronunciadas, nem pensadas. Houve olhares que se cruzaram e que nunca se deviam ter encontrado, músicas cantadas que deviam ter permanecido no silêncio.
Muita coisa devia ter sido feita e outras que tinham que ser evitadas, mas quem é que pode fazer com que os dias/meses/anos voltem para trás?

Só tenho um desejo....que o piano toque novamente, e que me chamem ao palco... e que acima de tudo eu tenha coragem para ir desta vez.

Sunday, October 07, 2007

Silêncio no meio das notas...

Pois bem decidi voltar a escrever.

...com um registo mais pessoal.
As criticas, as novidades artisticas do mundo exterior estarão a partir de agora arrumadas noutro sitio.

Este será só meu a partir de agora.

Reli antigos textos deixados aqui, ao acaso, ou talvez não.
Reli quase todos para ser franca. O fantástico disto tudo é que me lembro da maneira como os introduzi aqui.

Fiquei de alguma forma espantada com a minha habilidade, ponhamos antes assim, de me revelar.

Há algum tempo que não escrevo algo sério. Algo que seja aplaudido por mim, e que depois de estar escrito eu possa afirmar " Sim senhora!!magnifico...valeu a pena!"...

Não isso ultimamente não tem estado aqui.

Vamos mudar isso ?
Vamos quebrar um pouco deste silêncio que teimo em agarrar.

(vá imagina qualquer coisa...pensa...pensa)



Assim do meio do nada lembro-me de acordes que outrora foram meus, mas que se perderam no vago que é o meu dia-a-dia.

As redes de borboletas que usara em tempos estão perdidas algures na arrecadação dos momentos do passado. Já não as posso utilizar para apanhar as notas esvoaçantes.

Aquelas notas que tocam e ecoam mesmo quando ando pelos labirintos da minha Lisboa. São aquelas notas que me acompanham, mas que quando as tento alcançar recuam.

O mistério das notas vai permanecer. Aliás, eu nem uma pauta sem decifrar.Que faria eu com essas notas?

Sunday, April 08, 2007

Six Feet Under

Com muita pena minha e também de quase todos que viam , a série six feet under acabou.Não deixa de ser , contudo um marco nas séries norte amercianas.

Aconselho vivamente a todos : um mundo muito longe do nosso mas que se aproxima de nós de uma maneira indescritível.



SIX FEET UNDER - HBO

Tuesday, March 13, 2007

A mala

As paisagens mudam à medida que o comboio avança.

Ele olha com espanto e com inveja para o lado de lá do vidro.
Sonha com a possibilidade de um dia alcançar com as suas mãos , que agoram se encontram apáticas no seu colo , as leves folhas que voam com o vento.
A viagem decorre , faça chuva ou faça sol.Decorre a um ritmo calmo e que se torna familiar logo nos primeiros tempos de viagem.

A aventura começa , não lá dentro da cabine que nos acolhe , não no sonho eterno que torna a paisagem longiqua palpavel , mas na paragem .
É ai que os joelhos tremem qdo não sabem o que os espera , quando o sonho pode chocar com a realidade.
É na paragem do comboio que tem de descer.

No entanto será que desce ou permanece agarrado à mala e ao sonho ?

Monday, February 26, 2007

It's not just magic...

O trivial não me chega.
O cliché dá-me nojo.
E tudo isto porque acredito na magia das coisas simples.
Na magia que anda pelas ruas da minha Lisboa e que pelos vistos apenas eu a consigo tocar.
Na magia que sem mais nem menos me eleva e me faz sonhar.
Na magia que eu um dia quero ver reflectida naquele espelho .

...

Talvez esta seja a música nova...que me dizes?




Feist-Gatekeeper

Well it's time to begin as the summer sets in
It's the scene
You set for new lovers
You play your part painting in a new start
But each gate will open another

June July and August said
"It's probably hard to plan ahead"
June July and August said
"It's better to bask in each others"

Gatekeeper seasons wait for your nod
Gatekeeper you held your breath
Made the summer go on and on

Well they tried to stay in from the cold and wind
Making love and making their dinner
Only to find that the love that they grew in the summer
Froze

February April said
"Don't be fooled by the summer again"
February April said
"That half of the year, well we'll never be friends"

Gatekeeper seasons wait for your nod
Gatekeeper you held your breath
Made the winter go on and on

Gatekeeper, Gatekeeper, Gatekeeper
Seasons wait for your nod

Friday, February 23, 2007

Um acordar novo



Grite bem alto quem já viu este filme ?( silêncio )
Constatei que quase ninguém conhecia este filme para grande admiração minha.Não digo com isto que sou uma perita em cinema , longe disso.No entanto este é um daqueles filmes que se destaca , mas de uma forma "discreta" ( contradição ? nem por isso ).

Há filmes que marcam e este é um desses não só pela sua banda sonora fantástica onde nomes como Frou Frou , Zero 7 , The Shins e Thievery Corporation surgem mas também pelo enredo.

Marca pela sua história bizarra que no entanto é "touching" , marca pela maneira como é contada e marca também porque nos mostra como se vive outra vez.
Acompanhamos o acordar de Andrew Largeman, acompanhamos as pequenas descobertas deste homem que durante muito tempo esteve adormecido .Nada melhor do que um belo e esplendoroso acordar não concordam?

Agora pergunto-vos será que ele é o único que está adormecido ?